Aumento de ataques virtuais também atinge DJs e produtores musicais - AIMEC PORTO ALEGRE

Aumento de ataques virtuais também atinge DJs e produtores musicais

Nos últimos meses ficamos sabendo de diversos DJs que perderam todos seus arquivos e projetos após sofrerem com vírus de computadores, convidamos então Douglas Delgado, responsável pela AIMEC de Porto Alegre, à nos dar um auxílio neste assunto, acompanhe abaixo.

De certa forma podemos dizer que a pandemia acelerou a evolução e os costumes no uso da tecnologia, tanto no hábito do consumo quanto no conforto que muitos serviços oferecem. Adquirir produtos pela internet com entregas super rápidas, compras no supermercado ou bebidas por tele-entrega eram serviços disponíveis, mas ainda eram vistos com receio ou precaução por boa parte das pessoas. A pandemia trouxe a necessidade de se aventurar mais na internet e confiando mais nos serviços oferecidos, proporcionalmente as pessoas com má intenção também passaram a aplicar seus golpes no ambiente virtual. 

Com o trabalho remoto, muitas pessoas passaram a usar seus computadores particulares para o trabalho, cobiçando assim, para que antigos golpes e muitas vezes simples ataques, se tornassem mais frequentes. Sites usados para lazer, redes sociais, sites de compras, os dados da sua empresa, seus projetos e arquivos pessoais, tudo isso disponível para pessoas mal intencionadas, uma combinação muito perigosa.

Uma espécie de espionagem acontece diariamente em todos os nossos dispositivos, rastreando compras, pesquisas e muito mais. Hoje em dia isso tem sido cada vez mais discutido do até que ponto isso é legal, mas a questão é que essas espionagem tem o objetivo principal na veiculação de anúncios, enquanto vírus e outras ameaças usam esses dados na aplicação de golpes. No mundo todo, DJs e produtores musicais sempre conviveram com a pirataria de softwares, é um crime extremamente comum, uma vez em que existem muitos softwares usados para se fazer a mesma coisa, os artistas estão sempre em busca de novas sonoridades assumindo assim um risco.

O ataque da "moda" tem sido o sequestro de dados, os invasores copiam todos os arquivos do computador e renomeiam a extensão do arquivo original, por exemplo mudam uma música de .mp3 para .extensao do invasor, em sua área de trabalho deixam um bloco de notas com um texto dizendo que sequestraram seus dados e como fazer para recuperar de volta. Óbvio que essa recuperação é mediante um pagamento, muitas vezes solicitada em criptomoedas. Nas últimas semanas, o programa Fantástico exibiu uma matéria justamente falando disso, para quem quiser assistir pode clicar neste link.

Na matéria do Fantástico evidencia o grande foco desses ataques, que é justamente grandes servidores, de grandes empresas, onde esses dados possuem alto valor para seus donos, uma vez que hoje tudo é informatizado. Imaginem um supermercado que tem seu servidor sequestrado, a cada hora que passa, sem poder vender, sem poder consultar seu estoque, sem poder registrar entrada de novos produtos, acaba sendo mais barato pagar pelo resgate de seus arquivos de volta do que perder tempo tentando recuperar os arquivos.

Hoje em dia com os serviços de stream e a capacidade de armazenamento dos celulares, não tem sido tão comum para as pessoas acumularem grandes quantidades de arquivos, realidade muito diferente de DJs e produtores musicais, que ainda arquivam grandes quantidades de músicas, samples, presets, sound banks e programas pesados. 

Ao contrário das grandes corporações os DJs não possuem uma pessoa especializada na área para cuidar da segurança de seus equipamentos, além de que manter um anti-vírus ativo e atualizado, combinado com um software de backup em tempo real, resultaria em um alto consumo de processamento e desempenho do computador em questão, expondo assim ao risco de perder tudo, como de fato aconteceu com alguns.

Confesso que muito antes desses tipos ataques acontecerem, eu tive a experiência de perder tudo e não é nada divertido. Claro que com o passar dos anos a quantidade de arquivos vai aumentando, mas na época, perdi em torno de uns 3 anos de musicas, fotos e vídeos, hoje serviriam apenas para postar nos #tbt, mas serviu como aprendizado para manter sempre as coisas organizadas. Não sou um especialista em programação ou em TI, mas o medo de perder tudo novamente me manteve sempre alerta e me fez pesquisar e ficar atento à estes riscos.

Ainda que a tecnologia nos traga facilidades e conforto no dia-a-dia, ainda assim é um ambiente desconhecido por muita gente e cheio de armadilhas. Por ser possível atacar pessoas à distância, passa a impressão de impunidade para quem aplica os golpes e quem cai na armadilha dificilmente procura as autoridades por ser um ambiente ainda despreparado para esses assuntos. Por isso é importante sempre ter cuidado ao usar informações bancárias na mesma máquina onde estão instalados softwares e plug-ins.

Após receber alguns relatos e ver de perto como funcionam esses ataques, resolvi compartilhar meus conhecimentos nesse assunto em um workshop gratuito na AIMEC Porto Alegre. Vou dar responder algumas dúvidas e mostrar como podemos organizar nossos arquivos para evitar perder tudo. O evento será presencial para um número reduzido de pessoas e transmitido online pelo meu canal do Youtube.

Para confirmar presença no evento do Facebook, clique na imagem abaixo.

  

 

 

 

 

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